Tempo de inatividade da indústria manufatureira deve custar 80 bilhões de euros para a Europa

Setor de equipamentos pesados lidera perdas; manutenção preditiva e cibersegurança são apontadas como soluções-chave

O tempo de inatividade não planejado — aquele que paralisa repentinamente a produção por falhas técnicas, ciberataques ou interrupções logísticas — segue como um dos maiores vilões da manufatura. A estimativa para 2025 não é otimista: mais de 80 bilhões de euros em perdas apenas no Reino Unido e Europa, segundo levantamento da IDS-INDATA.

Os dados reforçam uma realidade crítica: em alguns setores, apenas uma hora parada pode equivaler a milhões em prejuízos, além de afetar cadeias de suprimentos, compliance e produtividade. Entre 2020 e 2024, mais de 80% das empresas industriais relataram pelo menos um evento de inatividade não planejada, com duração média de quatro horas. As falhas mecânicas lideraram as causas, mas eventos cibernéticos e volatilidade energética também ganharam espaço, especialmente após a crise de 2022.

Impactos no setor 

A IDS-INDATA, especializada em segurança cibernética industrial e visibilidade operacional, analisou os impactos por setor. A previsão para 2025 coloca o setor de equipamentos pesados no topo da lista de perdas, com até 60 bilhões de euros, reflexo da alta complexidade operacional e dos longos tempos de recuperação. O segmento automotivo vem na sequência, com até 12 bilhões em perdas estimadas, agravadas pelo retorno à produção pré-pandemia.

Já o setor farmacêutico, embora menos suscetível a paralisações frequentes, enfrenta consequências severas por incidente, com custos que podem variar entre 5 e 10 milhões por falha. Produtos químicos e eletrônicos devem somar juntos 16 bilhões em prejuízos, enquanto alimentos e embalagens podem perder até 10 bilhões devido à alta frequência de eventos e margens apertadas.

Estratégias

Entre as estratégias recomendadas estão o uso de manutenção preditiva, monitoramento inteligente com IA, segmentação de redes OT/TI, além de simulações com gêmeos digitais. Para a IDS-INDATA, a visibilidade em tempo real e a integração entre sistemas são fundamentais para mitigar riscos e garantir resiliência nas operações.


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*Imagem de capa: Depositphotos.com